No Dia Mundial do Rim, o nefrologista Leonardo Kroth, do Hospital São Lucas da PUCRS, destacou a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença renal crônica, que afeta cerca de 10% da população mundial. Os rins têm um papel essencial no funcionamento do organismo, filtrando o sangue, eliminando toxinas e regulando a quantidade de líquidos no corpo. Além disso, desempenham funções hormonais e ajudam no controle da pressão arterial.
A doença renal crônica pode se desenvolver de forma silenciosa, e muitos pacientes só percebem os sintomas quando a função dos rins já está comprometida. Entre os principais fatores de risco estão o descontrole glicêmico, a hipertensão, a obesidade, o tabagismo e o sedentarismo. Para evitar complicações, Kroth reforça a importância de uma alimentação equilibrada, com baixa ingestão de sódio, e da hidratação adequada. "A gente deve ingerir uma quantidade em torno de 30ml por quilo de peso. Então, para uma pessoa de 70kg, o ideal é consumir pelo menos dois litros de água por dia", explica o especialista.
Outro ponto de atenção é o uso indiscriminado de medicamentos que podem ser tóxicos para os rins. Anti-inflamatórios e alguns antibióticos são exemplos de substâncias que, quando consumidas sem orientação médica, podem prejudicar a função renal e levar à perda progressiva da capacidade de filtragem do órgão. "Tem medicamentos que são nefrotóxicos, que têm uma toxicidade direta no rim, e um dos mais usados são os remédios para dor, como os anti-inflamatórios", alerta Kroth.
Para detectar precocemente possíveis alterações, o nefrologista orienta que pessoas com fatores de risco, como hipertensão, diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares ou histórico familiar de problemas renais, realizem exames periódicos. A creatinina no sangue e a análise da urina são testes simples que permitem avaliar se há comprometimento dos rins.