Hoje é o Dia Nacional do Combate ao Câncer Infantil, data que objetiva disseminar práticas e ações preventivas e educativas sobre a doença. De acordo com o Instituto Oncoguia, os cânceres infantis, ao contrário de muitos cânceres em adultos, não estão ligados ao estilo de vida e fatores de risco ambientais. Eles são, geralmente, resultado de alterações no DNA das células que ocorrem muito cedo, por vezes antes do nascimento.
O tipo mais comum da doença nos pequenos é a Leucemia, câncer que atinge a medula óssea e o sangue. A Leucemia representa 34% do total de cânceres infantis, segundo o Oncoguia, sendo a leucemia linfóide aguda (LLA) e a leucemia mieloide aguda (LMA) as mais frequentes. A doença costuma causar fraqueza, fadiga, sangramento, dor nos ossos e articulações, perda de peso, febre e outros sintomas.
Em segundo lugar, representando 27%, aparecem os tumores cerebrais, que possuem diversos tipos e perspectivas de tratamento, e do sistema nervoso central, que costumam surgir na parte inferior do cérebro, cerebelo e tronco cerebral. Os sintomas comuns são dor de cabeça, náuseas, visão turva ou dupla, vômitos, dificuldade para caminhar e manipular objetos e tontura.
O Neuroblastoma, tipo de câncer encontrado nas células nervosas do embrião ou feto em desenvolvimento, raramente é diagnosticado em crianças maiores que 10 anos, geralmente aparecendo em lactentes e bebês. Ele pode iniciar em qualquer lugar, mas aparece geralmente no abdome e causa inchaço na região, causando dor óssea e febre. Já o Tumor de Wilms costuma acometer crianças de 3 a 4 anos, e atinge um ou ambos os rins. Surge como um inchaço ou nódulo no abdome e a criança pode apresentar febre, dor, falta de apetite e náuseas. O Neuroblastoma e o Tumor de Wilms, juntos, representam 12% do total de cânceres infantis.
Existem ainda os linfomas, que afetam os gânglios linfáticos e os tecidos linfáticos, como amígdalas ou timo, e podem causar perda de peso, febre, suores, fraqueza e inchaço nos linfonodos do pescoço, axilas ou virilha; os rabdomiossarcomas, que atingem as células que normalmente se desenvolvem em músculos esqueléticos e que controlam o movimento do corpo, e pode causar dor e/ou inchaço; o Retinoblastoma, câncer que atinge os olhos e costuma deixar a pupila com aspecto branco ou rosa; e os Tumores Ósseos, que costumam ocorrer em crianças de mais idade.
Ao diagnosticar o câncer, os principais tratamentos recomendados são a quimioterapia, radioterapia e cirurgia, além de outras terapias complementares. Habitualmente é realizado um atendimento multidisciplinar, com o trabalho coordenado de oncologistas pediatras, radioterapeutas, psicólogos, enfermeiros, patologistas e cirurgiões, somando as chances de cura. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer – INCA, o câncer infanto-juvenil, por ser predominantemente de natureza embrionária, é constituído de células indiferenciadas, o que, frequentemente, proporciona melhor resposta aos tratamentos atuais.
Como qualquer outro câncer, quanto antes iniciar o tratamento, mais chances a criança tem de entrar em remissão. Por isso, fique atento aos principais sintomas: dor de cabeça frequente; nódulo ou inchaço incomum; febre sem explicação; alterações de visão; perda de peso; doenças que vão e voltam; dificuldade para andar, andar mancando; contusões e hematomas frequentes; palidez; e falta de energia.
Por serem sintomas comuns a diversas doenças e ferimentos próprios da infância, é muito importante levar os pequenos a consultas clínicas com frequência, principalmente quando estes sintomas persistirem. A estimativa do INCA para 2017 é que mais de 12 mil novos casos de câncer infanto-juvenil ocorram no país. A boa notícia é que nos últimos 40 anos os progressos no tratamento da doença foram extremamente significativos. Hoje, segundo o INCA, 70% dos casos de câncer possuem expressivas chances de cura, se diagnosticados e tratados precocemente. Contra o câncer, qualquer informação é essencial! Cuide dos pequenos!
Fonte: Instituto Oncoguia e Instituto Nacional de Câncer – INCA