Hoje, 29 de setembro, celebramos o Dia Mundial do Coração, campanha promovida pela Federação Mundial do Coração. O tema deste ano é "Potencialize sua vida" (Power your life) e pretende alertar a população sobre passos simples que podemos seguir para cuidar da saúde do coração, como comer de forma mais saudável, reduzir o consumo de álcool e parar de fumar.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares (DCV) são a principal causa de morte no mundo, sendo responsáveis por 17 milhões de óbitos por ano. Esse número equivale a 31% do total de mortes. Para a OMS, a estimativa para 2030 é que esse número chegue a 23 milhões.
São números preocupantes de um problema que não para de crescer, afinal, os fatores de risco também tiveram um aumento significativo nas últimas décadas. De acordo com o cardiologista Cesar Van Der Sand, os principais fatores para DCV são o fumo e a diabetes, seguidos pela hipertensão, o colesterol alto, o sedentarismo e o histórico familiar. "Cada um desses itens têm um grau de relevância, que se somam, ou seja, quanto mais tu tiveres, maior o risco de ter um problema cardíaco", afirma Dr. Cesar.
Para ele, os cuidados devem começar nos primeiros anos de vida. Durante a infância e adolescência, é importante cuidar a alimentação, evitando assim a obesidade infantil, e fazer uma avaliação com o pediatra para conferir níveis de colesterol, que mesmo em crianças não obesas pode ser elevado. A partir dos 20 anos, o indivíduo deve conhecer os seus níveis de colesterol, e fazer medições de pressão esporadicamente. "Havendo histórico familiar, um acompanhamento médico mais específico é recomendado".
É depois dos 40 anos que uma avaliação cardiológica anual se faz necessária. "Tanto a diabetes quando o colesterol aumentam a incidência com essa idade, por isso é recomendado um acompanhamento mais frequente dessa idade em diante, fazendo exames de colesterol, glicose, e a medição da pressão", conta o cardiologista.
Mas você sabe reconhecer sintomas de problemas cardiológicos? O doutor dá algumas dicas: "Uma das características da dor de origem cardiológica é que na imensa maioria das vezes ela está associada a esforço físico, quando a pessoa sente dor ao subir uma escada, por exemplo. Ela acarreta uma limitação funcional e pode evoluir para uma dor sem esforço".
"Existe um sinal internacional do infarto que é o punho fechado, caracterizado pela descrição das pessoas que apresentam esse problema, é uma dor em aperto. Ela pode ficar localizada no tórax ou espalhar para a região cervical, para a mandíbula, para o braço esquerdo e até mesmo para o braço direito. De início súbito e que permanece por mais de 20 minutos, pode surgir acompanhada de náusea, vômito, palidez e sudorese, em reflexo da dor intensa".
O que fazer, então, ao sentir algo assim? "O fundamental nesses casos é procurar um serviço de emergência imediatamente. O sucesso do tratamento do infarto está associado à precocidade do atendimento, já que no momento que a pessoa enfarta, parte do músculo do coração está morrendo e a extensão dessa perda depende do tempo entre o início do problema até o começo do tratamento". De acordo com o Dr. Cesar, nos Estados Unidos cerca de 30% das pessoas que enfartam morrem antes de duas horas, e 20% morrem antes de ter qualquer tipo de atendimento. "No Brasil, apesar de não haver oficialmente este dado, os índices são ainda maiores", afirma.
Por isso, hoje e durante o ano inteiro, cuide do seu coração. Na maioria dos casos, o risco de doença cardíaca é controlável, por isso, consulte um médico cardiologista conforme recomendado. Ame-se!