A Semana Mundial da Amamentação, ação criada e difundida pela World Alliance for Breastfeeding Action (WABA), a Aliança Mundial por Ações de Aleitamento Materno, tem como tema este ano "Amamentação: Uma chave para o desenvolvimento sustentável". A campanha aborda o aleitamento e sua relação com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que são 17 metas aplicadas mundialmente, e ancora a amamentação como chave desse desenvolvimento sustentável, atingindo metas como a "Fome Zero" e "Bem Estar e Boa Saúde".
Mas muito mais que matar a fome, o aleitamento materno traz inúmeros benefícios para o bebê. "O leite materno transmite anticorpos para o bebê, diminuindo infecções e prevenindo doenças alimentares e crônicas, e estimula o desenvolvimento mental da criança", afirma a nutricionista do Banco de Leite da Santa Casa, Kelly Florence. De acordo com a nutricionista, o leite materno é melhor digerido que qualquer outro alimento, sendo indicado o consumo exclusivo até o sexto mês de vida. "O ato de mamar também auxilia o movimento dos músculos e ossos da face, promovendo melhor flexibilidade na articulação das estruturas que participam da fala, estimulando o desenvolvimento da face e o alinhamento dos dentes".
O momento de amamentação, tão esperado pelas mamães de primeira viagem, cria vínculos afetivos entre mãe e filho ao promover o contato pele a pele, e posteriormente auxiliam o relacionamento do bebê com outras pessoas. E os benefícios se estendem para as mamães. "Amamentar diminui o risco de desenvolver câncer de mama e ovário, aumenta a autoestima e ajuda a retornar ao peso anterior à gestação. Além disso, amamentar imediatamente após o parto estimula a contração do útero para que ele retorne ao tamanho original de forma mais rápida, diminuindo o sangramento", afirma a nutricionista.
Mas existe um tempo máximo de amamentação? Segundo Kelly, não existe um período limite. "O recomendado é o aleitamento materno exclusivo, sem oferecer nada além de leite materno, até o sexto mês de vida e aleitamento materno até dois anos ou mais". O importante é entender que, sempre que possível, o leite materno não deve ser substituído, pois ele é o mais completo e adequado para o bebê. "Quando a mãe não possui leite, ou por outros motivos não consegue amamentar, a recomendação é procurar ajuda profissional".
Apesar da produção de leite não ser prejudicada (nem beneficiada) pela alimentação da mãe, é importante manter uma dieta saudável e variada. "A ingestão de cafeína não é contraindicada, desde que não ultrapasse 100 ml por dia, quando ingerida em excesso pode provocar insônia e irritabilidade no bebê", afirma. Já o cigarro e o álcool estão proibidos: "A nicotina é uma substância que passa para o leite materno e pode ser prejudicial ao bebê, além de inibir a produção de leite".
Confira algumas dicas da nutricionista Kelly Florence para facilitar a amamentação:
A amamentação é um momento exclusivo entre mãe e filho, por isso, é sempre bom que ocorra de uma forma tranquila e prazerosa;
É importante a mãe saber que nos primeiros meses o bebê costuma mamar com muita frequência, isso é normal;
A criança não tem um horário para mamar, deve ser amamentada sempre que pedir;
É essencial respeitar o ritmo de seu bebê, deixe-o mamar até que fique satisfeito;
Deixe que primeiro ele esvazie bem uma mama, para só depois oferecer a outra.