A expectativa de vida da população brasileira vem aumentando através das décadas. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde – OMS, o número de pessoas com mais de 60 anos cresce mais rápido que a proporção internacional. A porcentagem atual é de que cerca de 13% da população é composta por idosos. Conforme o Relatório Mundial de Saúde e Envelhecimento da OMS, até 2050 esse número deve triplicar.
A tradução desses dados pode ser de que as políticas públicas e privadas em prol da saúde dos idosos vêm mostrando resultados. Como o Programa De Bem com a Vida da Cabergs, que promove encontros mensais com os beneficiários e os incentiva a adotar condutas benéficas para a saúde. Fato é que com o envelhecimento da população, é preciso atentar cada vez mais para os fatores de risco presentes no dia a dia.
A queda é uma das grandes vilãs da terceira idade, e envolve questões ambientais e físicas. Geralmente associada à perda de equilíbrio, comum à idade avançada, elas podem ser evitadas, ou pelo menos diminuídas, com exercícios e cuidados específicos. "Existem exercícios para melhorar ou até mesmo recuperar o equilíbrio. Estes envolvem desde reforço muscular, exercícios de propriocepção, prática das AVD¿s (atividade de vida diária), e treino de marcha", afirma a fisioterapeuta Mariana Reckziegel.
Segundo ela, é importante realizar um tratamento multidisciplinar para ajudá-los a retomar a coragem e vontade de sair de casa, que acaba sendo evitado por medo depois de algum episódio de queda. "Na grande maioria das vezes o idoso é desencorajado pela família a realizar as AVD¿s sozinho ou até mesmo acompanhado, o que acaba isolando-o do convívio social e deixando-o cada vez mais inseguro", afirma. Através do atendimento com fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e educador físico é possível recuperar essa confiança.
Os cuidados com o ambiente também são essenciais para evitar as quedas. Para a fisioterapeuta, um ambiente ideal para o convívio de um idoso é um local sem "grandes obstáculos" no caminho, como tapetes, pequenos objetos no chão, quinas aparentes, e corredores muito estreitos. "O mais importante é avaliar o ambiente e ver em que momentos o idoso tem mais dificuldades, às vezes em situações que nos parecem simples de executar e a própria pessoa fazia com grande facilidade podem se tornar complicadas".
Se apesar de todos os esforços, algum idoso do seu convívio sofrer uma queda, ou você presenciar o incidente na rua, fique atento às dicas da fisioterapeuta para ajudá-los da melhor maneira possível: "o primeiro passo é manter a calma e tranquilizar a pessoa que caiu, verificar antes se ela está machucada, se sente dor em algum local, e caso pareça grave solicitar socorro e aguardar ajuda especializada. Caso seja uma situação mais simples o ideal para levantar do chão é posicionar a pessoa de joelhos e trazer algum apoio para perto, como uma cadeira ou banco, em seguida subir uma perna e depois a outra para ficar em pé".
Confira algumas dicas do Ministério da Saúde para prevenir o acometimento de quedas:
- Elimine da casa tudo aquilo que possa provocar escorregões e instale suportes, corrimão e outros acessórios de segurança;
- Use sapatos com sola antiderrapante;
- Amarre o cadarço do calçado e substitua os chinelos que estão deformados ou estão muito frouxos;
- No quarto: coloque uma lâmpada, um telefone e uma lanterna perto da cama; instale algum tipo de iluminação ao longo do caminho da cama ao banheiro; não deixe o chão do quarto bagunçado;
- Na sala e corredor: organize os móveis deixando um caminho livre para passar sem ter que desviar; mantenha as mesas de
centro, porta revistas, descansos de pé e plantas fora da zona de tráfego; instale interruptores de luz na entrada das dependências - interruptores que brilham no escuro podem servir de auxílio;