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Hemofilia não tem cura, mas pode ser controlada

Postado em 20 de abril de 2016




No dia 17 de abril é comemorado o Dia Mundial da Hemofilia. No Brasil, a Federação Brasileira de Hemofilia - FBH, entidade que representa as pessoas portadoras da doença no país, criou a Campanha "Não deixe a vida sangrar", com o objetivo de informar sobre a importância da adesão ao tratamento preventivo. De acordo com o Ministério da Saúde, são cerca de 12 mil hemofílicos no Brasil.

A hemofilia, segundo a FBH, é um distúrbio genético e hereditário que afeta a coagulação do sangue. Funciona assim: o sangue é composto por várias proteínas, que são denominadas como fatores da coagulação, expressos em algarismos romanos, ativados apenas quando ocorre o rompimento do vaso sanguíneo. A ativação do Fator I leva à ativação do Fator II e assim por diante. Dos 13 fatores, o hemofílico apresenta baixa atividade no Fator VIII e IX, sendo a primeira denominada Hemofilia A e a segunda Hemofilia B. Com a deficiência, a formação da coagulação é interrompida antes da produção do coágulo, por isso, os sangramentos demoram muito mais para serem controlados.

O transtorno ocorre por mutações que ocorrem no DNA, justamente nas regiões responsáveis pela produção dessas duas proteínas. Quando essas mutações acontecem, as proteínas são produzidas com algumas alterações e por isso as suas atividades são diminuídas. A hemofilia pode ser considerada Leve, quando os fatores VIII ou IX têm atividade entre 5 e 40%. Já a Moderada possui atividades entre 2 e 5%, e na Hemofilia Grave, a atividade é menor que 1%.

De acordo com o médico hematologista Carlos Escovar, o diagnóstico é realizado através de um exame de sangue específico, mas podemos ficar atentos a alguns indícios. "Os principais sinais são hematomas e sangramentos espontâneos, sem que a pessoa tenha se machucado", afirma Dr. Escovar. É preciso atentar e procurar o especialista, também, quando há "sangramentos no travesseiro pela manhã, hematomas no tronco ou locais que normalmente não são associados a batidas ou encontrões, ou sangramento ao escovar os dentes".

A idade em que aparecem os primeiros sintomas pode variar. "A hemofilia é um distúrbio genético e hereditário, por isso o paciente pode ter sintomas ainda jovem, principalmente nas hemofilias moderadas e graves, quando o hemofílico apresenta sintomas ainda na primeira infância", disse o médico.

Não existe cura para a Hemofilia, mas com certos cuidados é possível controlar os sintomas e sangramentos. "O hemofílico sempre deve cuidar para não se machucar, não apresentar cortes nem traumas fortes, pois isso gera hemorragias internas que colocam sua vida em risco. Apesar disso, ele pode viver uma vida normal". O principal tratamento é a reposição do fator deficiente quando necessário, ou seja "quando o paciente fará cirurgias, passou por acidentes ou procedimentos, e para isto é importante que a pessoa saiba seu diagnóstico", afirma Dr. Escovar".

Fique atento aos sinais do seu corpo. Quando observar hematomas e sangramentos recorrentes e sem explicação, procure um médico hematologista. Com o diagnóstico correto, é possível tratar e evitar consequências mais graves, como risco de morte. Cuide-se.

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