Há quanto tempo você não vai ao oftalmologista? Uma consulta a cada dois anos para
quem não tem problemas de visão é a vigilância recomendada pela oftalmologista credenciada
da Cabergs Bárbara Koepke, que lembra que quem usa óculos ou lentes de contato deve
fazer uma revisão anual. "É comum as pessoas chegarem ao consultório já perto
dos 50 anos sem nunca ter consultado com um oftalmologista. Essa é uma das razões
para que pelo menos metade dos casos de glaucoma sejam diagnosticados quando a doença
já afeta a visão de pelo menos um dos olhos", lamentou.
Segundo ela, pelo menos 1% da população tem glaucoma e, como a forma mais comum
da doença não provoca dor, a falta de consultas frequentes é a principal razão para
o diagnóstico tardio. O glaucoma, explicou Bárbara, é provocado pela pressão interna
do olho que "dá uma apertadinha" no nervo óptico. Sem tratamento, o
problema acaba afetando a visão.
"É importante ressaltar que a pressão arterial do paciente não precisa estar
elevada para que a pressão interna do olho aumente. Então, para saber se existe
essa variação de pressão, só indo ao oftalmologista – a medição da pressão
do olho é parte de todas as consultas. Essa pressão, quando caracteriza o glaucoma
de ângulo aberto, não provoca nenhuma dor", afirmou a médica ao lembrar que
o tratamento é baseado no uso de colírios e há alternativas cirúrgicas para casos
mais severos.
Bárbara lembra, ainda, que existem outros dois tipos de glaucoma, que são raros.
O glaucoma de ângulo fechado, ou agudo, que provoca dor, enjoos e vômitos, e o glaucoma
congênito (de nascença). "Por isso é importante que as crianças sejam trazidas
ao consultório ainda pequenas. Se tiverem glaucoma congênito, conseguiremos detectar.
Além de aumentar a chance de corrigir outros problemas quando tratados com óculos
antes dos cinco anos", disse ela.
Contrariando o senso comum, não há problema em:
- ler dentro de um veículo em movimento;
- ler com pouca luz;
- assistir televisão muito perto da tela;
- passar muito tempo no computador;
Essas coisas cansam mais, mas não causam problemas aos olhos, garante a oftalmologista.
Vivendo com Glaucoma
O beneficiário Ivo Cabeleira Mendonça, da patrocinadora Banrisul Serviços, descobriu
o glaucoma há 20 anos, quando imediatamente fez a cirurgia. Na época, tinha 38 anos,
e desde lá, considera ter uma boa qualidade de visão, devido ao acompanhamento do
oftalmologista e de sua rotina de cuidados. Isso envolve visitar o especialista
de seis em seis meses, no mínimo, ou a qualquer momento, se sentir algo anormal
ou sua visão ficar borrada. Além disso, usar o colírio recomendado, nas horas indicadas,
é fundamental. Ivo conta que ao começar a perder a visão, sintoma do glaucoma, imediatamente
procurou o médico, que indicou o tratamento cirúrgico para regular a pressão nos
olhos. O diagnóstico precoce e o imediato início do tratamento foram fundamentais
para ter mantido sua visão.
Por Grazieli Binkowski.