O câncer de próstata é o segundo tumor mais frequente entre o público masculino no Brasil. Mesmo assim, infelizmente, muitos homens ainda tratam a doença como tabu e preferem não conversar sobre o assunto. Outro comportamento preocupante é o costume de não visitar o médico regularmente e negligenciar os exames de rotina.
Pensando nisso, convidamos o médico oncologista Stephen Doral Stefani, da Oncoclínicas, para uma live esclarecedora que aconteceu na última segunda-feira (09), na nossa página no Facebook. Na transmissão, ele aproveitou para chamar atenção sobre os cuidados com a saúde masculina de forma geral e afirmou: "A saúde do homem deve ser conversada com o seu médico".
Atualmente, vivemos em uma era digital. O que por um lado é bom, devido à quantidade de informações divulgadas, por outro, pode ser ruim. "As pessoas têm a falsa sensação de segurança quando vão para o Google, que poderá dizer qualquer coisa", afirma o oncologista, que explica que a internet oferece uma grande variedade de conteúdos confiáveis ou duvidosos, e por isso, o acompanhamento médico é indispensável.
Outro mito que precisa ser esclarecido é o de que a ausência de sintomas e histórico familiar isenta o paciente de manter consultas regulares e seus exames preventivos em dia. Muitas pessoas não sabem, mas de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), em sua fase inicial, o câncer da próstata tende a evoluir silenciosamente. Alguns pacientes não apresentam nenhum sintoma ou, quando apresentam, são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata, como dificuldade de urinar e necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou a noite.
Nas consultas, o profissional de saúde poderá orientar sobre a necessidade de uma investigação padrão, além da importância de hábitos saudáveis como uma boa alimentação e a prática de atividades físicas. Uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, e com menos gordura, principalmente a de origem animal, ajuda a diminuir o risco de câncer. Atividades físicas diárias também são importantes na prevenção, assim como o controle do peso adequado. O médico também lembrou que não existe dose segura para o consumo de álcool e cigarro, por isso, essas substâncias devem ser evitadas.
De acordo com Stefani, o diagnóstico precoce ainda é a arma mais poderosa contra a doença. Para isso, dois exames iniciais são fundamentais para aumentar as chances de cura dos pacientes: o exame de sangue, por meio do Antígeno Prostático Específico (PSA), e o exame de toque retal. Já as opções de tratamento são divididas, basicamente, em duas: a cirurgia e a radioterapia. A escolha da melhor opção é feita pelo oncologista após uma avaliação individual de cada caso, que leva em consideração o avanço da doença, os hábitos do paciente, seus medos, desejos e escolhas. Isso porque: "A doença se manifesta de forma única em cada paciente. São inúmeros fatores que devem ser levados em consideração na hora de traçar a melhor conduta", afirmou.
Para encerrar a live, Stefani fez questão de ressaltar que promover saúde é muito mais efetivo do que tratar doenças e fez um alerta: "Novembro é um mês importante para que os homens tirem um tempo para cuidar do seu bem mais preciso: a saúde".