Na idade escolar, como em toda a fase de desenvolvimento da criança, a alimentação saudável é um fator determinante na prevenção de doenças. Por isso, antes de tudo, é importante estabelecer uma rotina alimentar em casa, hábito que faz bem para o metabolismo das crianças e também dos adultos. Além de cuidar o horário das refeições, é essencial que a família se acostume a comer unida. A prática incentiva todos a comer ainda melhor e a evitar as guloseimas. Então, qual tipo de refeição é considerada saudável para as crianças? Conversamos com a nutricionista Juliana Silveira Andrade para saber quais são os passos fundamentais para adotar esse comportamento.
1.Estabeleça horários para as refeições
Entre os 6 e 12 anos, é importante para o desenvolvimento da criança que ela faça todas as refeições do dia: café da manhã, almoço e jantar, intercaladas com lanches saudáveis. "É importante não pular as refeições, além de incluir frutas, verduras e legumes todos os dias. Oferecer leite e/ou derivados diariamente também é fundamental, já que elas estão em crescimento e esses são alimentos ricos em cálcio, essencial para essa fase da vida", explica Juliana.
2.Substitua alimentos
Em vez de colocar na lancheira do seu filho aquele salgadinho industrializado ou um refrigerante, escolha frutas como lanche e prepare sucos. "As frutas são os melhores alimentos a serem inseridos durante as refeições, podendo ser oferecidas in natura, na forma de sucos, vitaminas ou acompanhadas de iogurtes", recomenda a nutricionista.
3.Equilibre a dieta
Juliana explica que a composição de uma refeição saudável passa também pelo equilíbrio de seus nutrientes, com a utilização de pelo menos um ingrediente de cada grupo nutricional. "Por exemplo, um carboidrato (arroz, massa, batata, polenta, aipim) + uma leguminosa (feijão, ervilha, lentilha) + um legume (cenoura, chuchu, beterraba, abóbora, abobrinha) + uma hortaliça (couve, espinafre, repolho, acelga) + uma proteína (carne bovina magra, frango, peixe, ovo, fígado). Uma alimentação variada garante a quantidade de todos os nutrientes de maneira adequada", ensina. Oferecer leite e derivados diariamente também é fundamental, pois são ricos em cálcio, essencial para a fase de crescimento.
4.Escolha alimentos práticos e nutritivos
"Os alimentos considerados mais práticos normalmente são industrializados, prontos para servir ou que precisam apenas ser aquecidos. Entretanto, eles não são tão nutritivos quanto alardeiam seus fabricantes", alerta Juliana. Nenhum deles se compara à comida caseira, pois quando cozinhamos, não escolhemos apenas os alimentos que vamos comer, também dedicamos tempo e cuidado para prepará-los conforme nosso gosto.
"Oferecer produtos industrializados sem cautela às crianças pode provocar sensibilidade e causar reações como asma brônquica, rinite e dermatites (urticária, por exemplo). Alguns estudos já mostraram que corantes e conservantes (tartrazina, ácido benzoico, sulfitos...) podem desencadear sérias reações alérgicas", complementa a nutricionista.
Programe um cardápio simples para o dia a dia, de fácil preparação, mas nutritivo para garantir as vitaminas necessárias ao crescimento e desenvolvimento dos pequenos. Frutas, produtos lácteos, pães integrais e cereais (como a aveia, por exemplo) são alimentos práticos e ricos em nutrientes, ótimas opções para as crianças em período escolar.
5.Estabeleça uma nutrição infantil consciente
A fase na qual se observa uma crescente independência da criança é a mais complicada, pois é um momento em que ela tem oportunidade de formar novos laços sociais com adultos e indivíduos da mesma idade, e por isso começa a fazer suas próprias escolhas alimentares. Juliana aposta em uma cultura nutricional adequada: "Para que ocorra uma alimentação consciente, devemos prezar pela qualidade nutricional, ensinando bons hábitos desde cedo. Evite o uso abusivo de alimentos industrializados, cuidando o excesso de salgadinhos, refrigerantes, sucos de pacote, biscoitos recheados, fast food, alimentos de preparo instantâneo, sorvetes e frituras", indica. Tenha cuidado com os alimentos que não possuem nutrientes e ainda por cima apresentam excessos de conservantes, açúcares, sal e gorduras saturadas, pois muitas vezes são prejudiciais ao desenvolvimento e a saúde da criança.
6.Redobre os cuidados no verão
"Precisamos de uma alimentação saudável o ano todo, mas durante o verão os cuidados devem aumentar ainda mais", afirma a nutricionista. Antes de tudo, capriche na ingestão de líquidos: água mineral, água de coco, sucos naturais e chás gelados devem fazer parte dos lanches no lugar de refrigerante e sucos concentrados.
"Aproveite as férias para convidar as crianças a participar da preparação de seu próprio lanche, desenvolvendo receitas saudáveis: salada de frutas, bolos preparados com aveia e frutas (como banana ou laranja, por exemplo), ou ainda biscoitos caseiros integrais, vitaminas e sacolés feitos com suco de fruta", recomenda Juliana. Quando a criança participa na cozinha, ela se envolve, sendo exposta a uma variedade grande de alimentos. Conhecê-los in natura estimula a experimentá-los e apreciar novos sabores.
*Texto revisado pela nutricionista Juliana Silveira Andrade / CRN2 9519