O tratamento e o processo de cura do câncer de próstata
normalmente são muito estressantes. Ao término dele, apesar do alívio, muitas
vezes surge o medo de uma recidiva ou dos possíveis efeitos colaterais. Este é
um sentimento muito comum para a maioria dos homens que enfrentaram a doença.
De fato, infelizmente, em algumas pessoas o câncer pode
não desaparecer completamente. Esses pacientes continuarão realizando
tratamentos regulares com hormonioterapia ou outras terapias, para tentar
manter a doença sob controle. Aprender a viver com o câncer pode ser difícil,
mas um acompanhamento médico com profissionais qualificados e o apoio da
família fazem toda a diferença.
Mesmos nos casos em que o tumor é 100% retirado, é
fundamental ter alguns cuidados pós-operatórios, como as consultas de
acompanhamento. Quando o tratamento termina, os médicos irão acompanhá-lo de
perto por alguns anos. Por isso, é muito importante comparecer a todas as
consultas de acompanhamento. Nestas consultas o médico examina o paciente,
conversa com ele sobre qualquer sintoma que tenha apresentado e poderá pedir exames
de laboratório ou de imagens para acompanhamento da doença.
É muito importante lembrar que, eventualmente, em algum
momento após o diagnóstico e tratamento do câncer de próstata, o paciente pode
vir a consultar outro médico, que desconheça totalmente seu histórico clínico.
É fundamental que esse médico seja informado sobre os detalhes do diagnóstico e
do tratamento e receba: cópia do laudo de patologia e de qualquer biópsia ou
cirurgia; cópia do relatório de alta hospitalar; cópia do relatório dos tratamentos
realizados, incluindo medicamentos utilizados, doses e tempo do tratamento;
exames de imagem realizados. Todas essas informações podem fazer a diferença em
qualquer outro tratamento prescrito, mesmo que nada tenha a ver com o câncer de
próstata.
Para reduzir o risco da recidiva é necessário manter um
estilo de vida mais saudável possível. O paciente precisa manter uma
alimentação saudável e abandonar vícios prejudiciais à saúde, como o cigarro,
por exemplo. A atividade física também é indispensável. Algumas pesquisas
sugerem que os homens que se exercitam regularmente após o tratamento podem ser
menos propensos a morrer de câncer de próstata do que aqueles que não o fazem.
E uma das questões
que gera mais dúvidas em torno do câncer de próstata: a sexualidade. É
importante salientar que nem todo tratamento para câncer de próstata causa
alterações na vida sexual do homem. Hoje existem recursos para tratar as
doenças da próstata preservando a potência sexual. A cirurgia que
verdadeiramente traz um impacto maior nessa área é a prostatectomia radical.
Cirurgias menores como a RTU, conhecida como "raspagem", raramente
trazem alguma mudança na vida sexual. Aprender a sentir-se confortável com seu
corpo durante e após o tratamento do câncer de próstata é uma jornada pessoal.
Se o paciente necessitar de ajuda especializada, não deve se envergonhar.
Informações e suporte podem ajudá-lo a lidar com essas mudanças ao longo do
tempo.