Você já ouviu falar no Centro de Valorização da Vida (CVV)? Ele é uma é entidade sem fins lucrativos que surgiu em São Paulo, em 1962, a partir de 17 universitários que ficaram inconformados com o aumento de suicídios na periferia. Hoje ele atua prestando apoio emocional com ações de valorização à vida e prevenção do suicídio. Voluntários atendem gratuitamente via telefone (188), email e chat pessoas que precisam conversar, desabafar e dividir seus problemas e alegrias. Os atendimentos acontecem 24 horas, todos os dias da semana e são totalmente sigilosos. Nestes canais, são realizados mais de dois milhões de atendimentos anuais, por aproximadamente 2.400 voluntários, localizados em 19 estados mais o Distrito Federal.
Em conversa com a Cabergs, a representante do CVV em Porto Alegre, a professora Liziane Eberle, explica que para ser um plantonista voluntário do Programa de Apoio Emocional do CVV é preciso ter, no mínimo, 18 anos de idade, pelo menos quatro horas disponíveis por semana e vontade de ajudar pessoas. Os interessados participam de um curso gratuito de preparação de voluntários em uma das sedes.
Liziane conta também que a CVV se mantém através de doações feitas pelos próprios voluntários e por pessoas que apoiam a causa através da mantenedora da entidade. Em Porto Alegre, a mantenedora do CVV é a Associação de Auxílio Mútuo (Assam). Outra forma de colaborar é doando roupas ou participando do brechó que a Assam promove na Rua Almirante Gonçalves, 331, no Bairro Menino Deus, em Porto Alegre. O brechó acontece todas quartas e sábados a partir das 9 horas.
No Brasil, 32 pessoas morrem por dia em decorrência do suicídio. Além disso, o Rio Grande do Sul é o estado brasileiro com o maior índice de casos. Liziane explica que, ao perceber que alguém próximo tem apresentado pensamentos suicidas, o ideal é se aproximar dessa pessoa, estar aberto ao diálogo, indicar um profissional de confiança para acompanhá-la e, até mesmo, indicar o contato com o CVV. "O que mais essas pessoas precisam é falar sobre a sua dor inúmeras vezes, até acharem uma saída que não seja tirar a própria vida", afirma.