
Na última semana começamos a falar sobre hepatite. Hoje vamos conhecer um pouco mais sobre os tipos mais comuns da doença.
Hepatite A
A hepatite tipo A é transmitida pelo que chamamos de via fecal-oral, ou seja, quando o vírus eliminado nas fezes de alguém contaminado é ingerido por uma pessoa sadia.
Parece que é bem difícil ser infectado por esse tipo de hepatite, não é mesmo? Mas ela é extremamente comum. Para entrar em contato com o vírus basta nadar em uma praia ou lago poluído por esgoto, comer algo preparado por alguém que não higieniza bem as mãos ou se alimentar de frutos do mar oriundos de águas infectadas. Naturalmente, locais com carência de saneamento básico, com esgoto a céu aberto, apresentam altas taxas de contaminação.
Hepatite B
Já a hepatite B é transmitida através do contato sexual, transfusão sanguínea ou por agulhas contaminadas, não só em usuários de drogas endovenosas, mas também, em tatuagens, piercings e acupuntura.
Um fato preocupante é que a hepatite B é 100 vezes mais infeccioso que o HIV. Além disso, de 5 a 10% das pessoas que são infectadas pela hepatite B nunca são completamente curadas e acabam desenvolvendo hepatite crônica, que em longo prazo pode levar à cirrose, falência hepática e câncer hepático. A chance de a doença tornar-se crônica é maior nas crianças abaixo de 5 anos e chega a 90% nas infecções adquiridas por recém-nascidos durante o parto.
Hepatite C
Os meios de transmissão da hepatite C se parecem muito com os da hepatite B. Porém, enquanto a via sexual é o principal meio de transmissão na hepatite B, a via endovenosa é a mais comum na hepatite C.
O vírus da hepatite C só foi reconhecido no início da década de 1990. Antes disso, não se sabia da sua existência, e portanto, nem as bolsas de sangue para transfusão, nem os doadores eram testados para essa infecção, o que gerou uma expansão rápida da doença. Mais de 80% das pessoas infectadas evoluem para forma crônica. Segundo estudos clínicos, dentre esses, 25% evoluirão para cirrose ou câncer em 20 a 30 anos.
Infelizmente, diferente das hepatites A e B, não há vacina para o tipo C. Mas a boa notícia é que o tratamento evoluiu muito nos últimos anos, podendo chegar a taxas de cura de até 80%, dependendo do subtipo de vírus C.