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Suicídio na adolescência

Postado em 22 de setembro de 2017


De acordo com o Mapa da Violência 2017, da BBC Brasil, a taxa de suicídios entre crianças e pré-adolescentes de 10 a 14 anos aumentou 40% em 10 anos, do mesmo modo que, na faixa etária de 15 a 19 anos, o crescimento foi de 33,5%. O mapa foi elaborado com dados do Ministério da Saúde.


Estes números alertam sobre a necessidade de abordar o assunto e entender melhor as formas de prevenção. A Cabergs Saúde conversou com a psicóloga Dayane da Costa, para entender como prevenir que crianças e adolescentes tirem a própria vida.


Conforme esclarece Dayane, o suicídio ocorre porque o paciente já cultiva essa ideação há algum tempo. "Para haver o suicídio, antes há o que chamamos de ideação suicida, caracterizada pela vontade de se matar", afirma.


No caso dos jovens, alguns fatores podem desenvolver o pensamento suicida, como o consumo de álcool e drogas (na maioria dos casos), quadros psicóticos que são desenvolvidos nesta fase, como a esquizofrenia, distúrbios psiquiátricos, ansiedade, bullying, abuso psicológico e sexual e traumas diversos.


A partir desses problemas, a criança ou o adolescente pode adotar algumas atitudes incomuns, que indicam uma ideação suicida, como retraimento social e baixo rendimento escolar. Dayane acrescenta que "O desinteresse em atividades que anteriormente o jovem dava maior relevância, como jogar futebol, sair com amigos e ir ao cinema, pode indicar um quadro suicida" e completa: "para os jovens, a interação social é muito importante, visto que é nessa fase que ele precisa ser aceito pela sociedade, pertencer a um grupo e, quando ele não tem esse interesse, é preciso receber uma atenção maior".


Atitudes em casa e na escola devem ser observadas pelos pais e tutores. Na escola, se forem constatadas atitudes como as citadas, é preciso sinalizar pais ou responsáveis e indicar a procura de um profissional. Em casa, os pais devem estar atentos ao comportamento dos filhos, conversar sobre o assunto e não hesitar em consultar um psicólogo ou psiquiatra. "Se o jovem tinha um determinado comportamento, era mais feliz, alegre e mais participativo, e hoje já não é tanto assim, vamos cuidar!", afirma a psicóloga.


A melhor forma de evitar o alto número de suicídios é a prevenção. Dayane define programas como Centro de Valorização da Vida, Setembro Amarelo, Janeiro Branco, como importantes nessa luta, pois falam, além do suicídio, sobre qualidade de vida e depressão. Ela também diz que ações escolares e comunitárias com este tema e atendimento público de base, bem articulado, poderiam evitar muitos casos.

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